Militares descartam hipótese de intervenção militar; “vida que segue”

Presidente Jair Bolsonaro, participa da cerimonia em comemoração do Dia do Exercito, ao lado do vice-presidente Hamilton Mourão e ministros. Durante o ato houve a imposição da Ordem do Mérito Militar e medalha Exército brasileiro. Finalizando assistiram a desfile de tropas, no QG do Exercito. Sérgio Lima/Poder360 19.abr.2022

Malu Gaspar informa no jornal O Globo que a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva desencadeou uma série de conversas telefônicas e em grupos de WhatsApp entre oficiais militares de patentes abaixo do generalato desde o anúncio do resultado – todas em tom de frustração e temor com o destino das Forças Armadas sob o novo governo.

Entre generais de alta patente, porém, não há nenhuma ameaça ou sequer cogitação de resistência ou intervenção militar em favor de Bolsonaro. 

“Os generais de quatro estrelas estão ‘sentados’ na Constituição”, afirma um dos três interlocutores dos integrantes do Alto Comando do Exército com quem a jornalista conversou de ontem para hoje.

Outro resumiu assim o ânimo entre os dezesseis generais de quatro estrelas: “O clima é de absoluta normalidade. Vida que segue”. 

Um terceiro, general já na reserva, contou que já há algumas semanas emissários de Lula têm sondado o ambiente na força, em cafés e almoços aparentemente despretensiosos, mas que serviram para mandar aos militares sinais de que Lula vai atuar para acalmar os ânimos entre o Executivo e as Forças Armadas.

Abaixo do generalato, porém, há frustração com o que muitos deles chamam de “falta de consciência” ou mesmo “ignorância do povo”, que não teria entendido “o que estava em jogo” na eleição.